sexta-feira, 10 de novembro de 2006

O castelo de Ancara

Castelo de Ancara

As muralhas do castelo de Ancara, que outrora rodearam a cidade fortificada, encontram-se actualmente perdidas no centro da metrópole crescente, e, embora circundem a colina mais alta da cidade, não são visíveis de todos os pontos. As muralhas interiores têm 42 torres, e só poucos vestígios dispersos se mantêm das muralhas exteriores com as suas 20 torres.
A cidadela esteve sob influência de vários domínios ao longo da sua história, tendo sido sucessivamente destruída e novamente reparada. Quando o antigo território da Galácia foi incorporado no império romano em 25 a. C., Ancara tornou-se uma fortaleza romana de grande importância estratégica. Continuou a ser uma proeminente guarnição militar sob o domínio bizantino do império romano do oriente. Localizada na antiga Estrada do Rei, Ancara foi também de uma importância comercial primordial. Esteve na rota das invasões persas, árabes e sassânidas, e de muitas tribos que emigraram para a Anatólia. Quando Alexandre O Grande conquistou Gordium a oeste, regressou por Ancara antes de prosseguir a sua marcha de conquista. Durante o período bizantino, o líder árabe Haroun Reshid, e nos últimos tempos do império otomano , o vice-rei rebelde do Egipto Mehmet Ali Paşa, fizeram esforços infrutíferos para capturar a cidade e o seu castelo. Quando o sultão turco Beyazit I perdeu a Batalha de Ancara em 1402, foi feito prisioneiro no castelo de Ancara por Timur durante muitas semanas.
Existem opiniões divergentes sobre quando é que as muralhas do castelo foram originalmente construídas e a que período pertencem os vestígios das muralhas visíveis actualmente, mas pelo menos na sua tipologia, as muralhas interiores são típicas das fortificações bizantinas.
Arqueólogos descobriram muitos vestígios que datam do período pré-romano, particularmente dentro e em redor do castelo, embora as muralhas não sejam anteriores ao período romano.
Sob o domínio romano, Ancara cresceu para fora das suas muralhas interiores, descendo o morro em direcção à planície, adoptando a tipologia de uma cidade aberta semelhante às antigas cidades-estado gregas. De imediato as muralhas externas foram construídas como protecção contra Persas e Árabes. No entanto, só os nomes das portas da cidade, denominadas de acordo com as principais cidades para as quais cada estrada fora da cidade conduzia, nos lembram da existência dessas muralhas. De igual modo, nada resta dos edifícios do interior da cidadela, a não ser as inscrições das pedras do templo de Zeus, o templo de Augusto e o grande teatro. O ginásio, o hipódromo, a agora e outros edifícios dentro do castelo, todos eles desapareceram. A igreja de São Clemente, que é mesmo mais antiga que Santa Sofia em Istambul, está completamente em ruínas. Os elementos das muralhas interiores que ainda permanecem in situ, sobreviveram aos invasores e a três grandes incêndios.
A área dentro das muralhas do castelo foi densamente povoada com casas durante o período otomano, particularmente do século XVI em diante, e hoje esta área de casas de madeira antigas e de ruas estreitas é uma área protegida. Depois de Ancara ter sido proclamada capital da Turquia em 1923, o coração da cidade saiu deste local, e a cidade antiga dentro e em redor do castelo foi negligenciada e abandonada. Agora, esta área está a tornar-se um centro de vida social e cultural outra vez, com as casas antigas restauradas e as ruas limpas e arranjadas. O interesse histórico desta área, é engrandecido ainda mais pela presença do museu das civilizações da Anatólia, que atrai muitos turistas e também população local.

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